A nossa ex-colega, Cláudia Carneiro,uma das maiores activistas e colaboradora do blog Geração Polar, sempre atenta e também empenhada comentadora do BlogdosCaloiros, enviou-nos esta sugestão musical!
Um estudo publicado na revista Nature mostra que o degelo dos glaciares em todo o mundo está a esgotar os recursos regionais de água doce e a fazer com que o nível global do mar suba a taxas cada vez mais rápidas.
O novo estudo envolve dados captados de várias fonte, incluindo os satélites, e envolve 35 equipas de investigação multidisciplinares. Segundo os dados, os glaciares têm vindo a perder uma média de 273 mil milhões de toneladas de gelo por ano desde o ano 2000, com uma "aceleração alarmante nos últimos 10 anos".
Michael Zemp, que co-liderou o estudo, explica queforam compiladas 233 estimativas de alterações na massa de glaciares regionais de cerca de 450 fontes de dados, envolvendo 35 equipas de investigação. O projecto Glambie (Glacier Mass Balance Intercomparison Exercise) produziu uma série temporal anual de alterações na massa dos glaciares para todas as regiões glaciares do mundo, com dados de 2000 a 2023.
Segundo a informação partilhada, nas últimas duas décadasos glaciares perderam aproximadamente 5% do seu volume total, com perdas regionais que variam entre 2% nas Ilhas Antárticas e Subantárticas e 39% na Europa Central, o que corresponde a uma perda anual de 273 mil milhões de toneladas de gelo. Em 2000 os glaciares cobriam 705.221 km² e continham cerca de 121.728 biliões de toneladas de gelo, excluindo as camadas de gelo continentais da Gronelândia e da Antárctida.
O vídeo da ESA explica este trabalho de investigação:
Glaciers are indicators of ongoing anthropogenic climate change. Their melting leads to increased local geohazards, and impacts marine and terrestrial ecosystems, regional freshwater resources, and both global water and energy cycles. Together with the Greenland and Antarctic ice sheets, glaciers are essential drivers of present and future sea-level rise. Previous assessments of global glacier mass changes have been hampered by spatial and temporal limitations and the heterogeneity of existing data series. Read more on Nature
Todos conhecemos a competição fotográficaComedy Wildlife Nikkon que selecciona todos os anos as imagens mais divertidas tiradas a animais selvagens, no seu meio natural. O ambiente polar tem menos escolhas, mas aqui estão as vencedoras 2024 !
Aos nossos leitores e seguidores, esperamos que se divertam um pouco com as estas imagens super divertidas!
Desejamos um Feliz Ano 2025! E que possa ser um Ano de Paz para o Mundo.
Sem esquecer, claro um maior empenhamento na protecção do habitat dos animais polares que com o degelo estão em vias de náo poderem sobreviver.
As alterações ambientais associadas ao aquecimento global estão a criar novas oportunidades para vírus, bactérias e parasitas infectarem a vida selvagem do Árctico. Os ursos polares, um predador de topo com uma grande área de distribuição, podem ser afectados por alterações na transmissão de agentes patogénicos.
No novo estudo, os investigadores examinaram amostras de sangue de ursos polares do Mar de Chukchi em 1987-1994 e três décadas mais tarde, 2008-2017, procurando anticorpos para seis agentes patogénicos.
Chukchi Sea
créditos: Karyn D. RodeCaroline Van Hemert...Jitender P. Dubey
Cinco destes agentes patogénicos tornaram-se mais comuns nas amostras posteriores: os parasitas que causam a toxoplasmose e a neosporose, as bactérias que causam a febre do coelho e a brucelose e o vírus da esgana canina. Os aumentos na prevalência destes agentes patogénicos representam algumas das mais rápidas alterações na exposição alguma vez registadas entre os ursos polares.
Os investigadores também analisaram os factores que aumentavam o risco de exposição dos ursos a estes agentes patogénicos e descobriram que a exposição variava em função da dieta e era mais elevada nas fêmeas do que nos machos, potencialmente como resultado de as fêmeas grávidas se refugiarem em terra para criar as crias.
Wildlife biologist Karyn Rode (here with a sedated wild polar bear) and her colleagues collected blood samples from wild bears to monitor the animals' health
No Árctico, onde o aquecimento está a acontecer a um ritmo quase quatro vezes superior ao global e os ursos polares estão a perder rapidamente o seu habitat de gelo marinho, as doenças infecciosas representam uma preocupação crescente tanto para os gestores da vida selvagem como para as comunidades humanas.
Os investigadores concluem que, uma vez que os ursos polares enfrentam múltiplos factores de stresse relacionados com as alterações climáticas, é necessário continuar a trabalhar no sentido de detectar sinais de doença nestas populações.
Os autores acrescentam: “Para alguns agentes patogénicos, o número de ursos polares que apresentaram resultados positivos nos testes de anticorpos séricos, um indicador de exposição a agentes patogénicos, mais do que duplicou e situou-se entre os níveis mais elevados identificados numa população. Estes resultados sugerem que as vias de transmissão de agentes patogénicos mudaram neste ecossistema ártico”.
Researchers Karyn Rode and Caroline Van Hemert from the U.S. Geological Survey conducted a study, published in PLOS ONE, examining how polar bears are increasingly exposed to various viruses, bacteria, and parasites. By comparing blood samples from 1987-1994 with those from 2008-2017, the study found that antibodies to six pathogens had notably increased in prevalence. These included the parasites responsible for toxoplasmosis and neosporosis, and bacteria causing rabbit fever and brucellosis.
Female polar bears with cubs are especially susceptible to a warming Arctic. The environmental shifts associated with global warming are creating new opportunities for bacteria, parasites and viruses to infect Arctic wildlife.
The study also assessed factors influencing the bears' exposure risk, noting that it varied with diet and was higher in females, likely due to their denning practices when raising cubs on land. This research highlights a growing concern for wildlife managers and Arctic communities, as the pathogens identified can also infect humans.
Given the multitude of climate change-related stressors polar bears face and their role in subsistence food practices, ongoing surveillance of disease is crucial. The findings underline a transformation in pathogen transmission pathways within the Arctic ecosystem.
Uma estação de esqui nos Alpes Franceses vai fechar definitivamente devido à ausência de neve, bem como aos prejuízos económicos associados, decidiram no 6 de Outubro, os habitantes de Seyne-les-Alpes, no sudoeste da França.
As alterações climáticas foram decisivas para este encerramento da estação de esqui Grand Puy, administrada pela cidade, e composta por 24 quilómetros de pistas localizadas entre 1.370 e 1.800 metros de altitude.
Num referendo municipal, 71,31% dos eleitores apoiaram a proposta do Autarca no sentido de fechar a estação, que acumulava centenas de milhares de euros em prejuízos anuais, e de "diversificar as actividades".
O município pretende oferecer agora novas actividades aos seus visitantes, "actividades desportivas e de natureza que respeitem o meio ambiente", explicou o seu presidente, Laurent Pascal.
Entre as propostas, que serão realizadas em articulação com a população, segundo a Autarquia, estão a conversão de um reservatório de uma colina em lago para pescar e a construção de um centro de treinos.
A cidade de Seyne-les-Alpes ganhou atenção internacional em Março de 2015, quando um avião da companhia aérea Germanwings caiu na sua região dos Alpes. Todas as 150 pessoas a bordo morreram.
Embora a França se prepare para receber os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Inverno nos Alpes em 2030, esta não é a única estação de esqui nesta cordilheira em vias de fechar.
No domingo, a comunidade de municípios de Matheysine também concordou em acabar com os subsídios à estação Alpe du Grand Serre, que fechará após 85 anos de funcionamento.
Desde a década de 70, mais de 180 estações foram fechadas, a maioria microestações familiares ou comunitárias não lucrativas localizadas em áreas de meia montanha, segundo Pierre-Alexandre Metral, doutorando na Universidade de Grenoble.
La carte des pistes
(c) Seyne-les-Alpes Tourisme
via Nos ALPES
O aquecimento do planeta, que torna a neve mais incerta, também complicou a situação das estações turísticas desde a década de 2000. Leia em francês aqui
credits: F. Scheiber/SIPA
A large French alpine ski resort faced with declining snowfalls is to close after it failed to find funds to turn its pistes into year-round attractions.
The Alpe du Grand Serre ski station in southeastern France’s Isère region will not reopen this year after a vote by its local council to halt funding for plans to end reliance on winter sports, the council’s president told radio station France Bleu. Read more here
Geração 'polar'
28.10.2024
Sources: GreenSavers/ Nos Alpes Tourisme & Sport/ CNN Travel
O terminal piemontês do glaciar Taku, um dos mais de 1.000 glaciares do campo de gelo de Juneau, no sudeste do Alasca
credits: Bethan Davies
via New York Times
O campo de gelo de Juneau, um dos maiores da América do Norte, está a derreter a um ritmo duas vezes mais rápido do que o registado há mais de uma década, e os investigadores dizem que o ritmo de perda de gelo é “extremamente alarmante”.
Uma investigação recente analisou registos desde 1770 até 2020 e revelou uma perda significativa de gelo, especialmente nas últimas décadas.
Mapa da costa do Pacífico Noroeste: Ilhas e maiores estreitos da costa norfeste do Pacífico (USA)
A pesquisa foi conduzida por cientistas da Universidade de Newcastle, no Reino Unido, e publicada na revista Nature Communications, no dia 2 Julho 2024. Soube-se até que ponto o volume de gelo no Campo de Gelo de Juneau diminuiu significativamente desde 2010 em comparação com as décadas anteriores.
A equipa de investigadores internacional utilizou fotografias antigas, registos históricos, cartografia e imagens de satélite para reconstruir a elevação do campo de gelo.
Descobriram que cerca de 1/4 do volume de gelo original se perdeu ao longo de 250 anos. Entre 1770 e 1979, a perda de gelo foi estável, mas aumentou no final do século XX e duplicou entre 2010 e 2020, resultando na extinção de 108 glaciares.
Icefields of Alaska and Western Canada. Red line denotes the national boundary Map produced by Bethan Davies
via AntarcticGlaciers.org
Bethan Davies, coautora do estudo publicado na Nature Communications, destacou que a aceleração da perda de gelo desde o início do século XXI é alarmante.
Atribuindo a causa às alterações climáticas, Daviesexplicou que os campos de gelo planos do Alasca são particularmente vulneráveis, pois a perda ocorre em toda a superfície. Estes campos não conseguem recuar para altitudes mais elevadas e encontrar um novo equilíbrio.
A investigação sugere que as actuais projeções sobre a perda de gelo pode subestimar o problema. À medida que os glaciares do planalto de Juneaumcontinuam a afinar e recuar para áreas mais quentes, processos de retroação impedirão o seu crescimento futuro, levando-os potencialmente a uma recessão irreversível.
Globally, glaciers and icefields contribute significantly to sea level rise. Here we show that ice loss from Juneau Icefield, a plateau icefield in Alaska, accelerated after 2005 AD. Rates of area shrinkage were 5 times faster from 2015–2019 than from 1979–1990. Glacier volume loss remained fairly consistent .
Location of Juneau Icefield in Alaska/British Columbia
Thinning has become pervasive across the icefield plateau since 2005, accompanied by glacier recession and fragmentation. Rising equilibrium line altitudes and increasing ablation across the plateau has driven a series of hypsometrically controlled melt-accelerating feedbacks and resulted in the observed acceleration in mass loss. As glacier thinning on the plateau continues, a mass balance-elevation feedback is likely to inhibit future glacier regrowth, potentially pushing glaciers beyond a dynamic tipping point.