Segundo um estudo desenvolvido pelo Centro Nacional de Neve e Gelo dos Estados Unidos (NSIDC), o nível de gelo existente no Mar Árctico é o mais baixo desde 1972, ano em que se começou a medir a quantidade de água gelada através de imagens por satélite.
O estudo, divulgado sexta-feira, dia 20 Março 2015, revela que a quantidade de gelo no Mar Árctico, na região que circunda o Pólo Norte está reduzida a 14,54 milhões de km2 - uma extensão pouco maior do que o Canadá -, menos 1,1 milhões de km2 relativamente à média estimada entre os anos 1981 e 2010.
Espera-se que com a entrada da Primavera, o degelo na região se acentue.
Labrador sea | Wikipedia Commons
Há, no entanto, excepções: o Mar do Labrador (entre o Canadá e a Gronelândia) e o Estreito de Davis (situado entre a costa ocidental da Gronelândia e a ilha de Baffin, no Canadá).
Davis strait | Wikipedia Commons
Segundo o Painel Intergovernamental para as Mudanças Climáticas das Nações Unidas IPCC, a diminuição do gelo na região mais a Norte do planeta está associada ao aquecimento global e à emissão de poluentes por parte de fábricas e centrais de energia situadas na Europa e na Ásia.
Quando estas partículas atingem a neve e o gelo absorvem luz solar, acelerando o processo de degelo, que decorre a um ritmo de cerca de 3 a 4% por década.
A manter-se este cenário, é provável que na segunda metade deste século, durante a época de verão, não haja gelo na região, alertam os cientistas.
"A maioria dos modelos aponta na mesma direcção, isto é, cada vez menos gelo", afirma Sebastian Gerland, do Instituto Norueguês de Investigação Polar. O especialista acrescenta que há cada vez menos gelo a 'sobreviver' a mais do que um Inverno.
O degelo no Árctico tem afectado a fauna local, nomeadamente os ursos marinhos e as focas, bem como a comunidade indígena, com a facilidade de acesso à região. Mas os preços baixos do petróleo têm desencorajado a exploração.
Segundo Rafe Pomerance, presidente do grupo ambiental Arctic 21, citado pela Reuters, "estes novos dados sobre o degelo deixam uma clara mensagem à comunidade global, a de que o Ártico está a aquecer duas vezes mais rápido do que o resto do planeta".
Segundo a Organização Meteorológica Mundial, 2014 foi o ano mais quente desde que se iniciou o registo das temperaturas, em 1880. Cerca de 200 países concordaram em reunir-se em dezembro deste ano, em Paris, para avançar com medidas para conter o aquecimento global.
photo: Jonathan Hayward / The Canadian Press
Arctic sea ice appears to have shrunk to its lowest level on record for this time of year, scientists said this week.
The amount of ice covering the sea around the Arctic regularly grows through the dark freezing winter before melting as the summer months near.
The amount of ice coverage was also the lowest in a satellite record dating back to 1979.
Credit: National Snow and Ice Data Center
A late season surge in winter sea ice growth is still possible, the NSIDC said, adding it would publish a more detailed set of figures in early April.
“However, it now appears unlikely that there could be sufficient growth to surpass the extent reached on February 25,” the centre said in a statement.
The new data are a fresh sign of the impact of climate change, said some researchers.
Credit: National Snow and Ice Data Center
Rafe Pomerance, chairman of the Arctic 21 coalition of groups working on climate change in the Arctic, said: “This new data on sea ice loss sends a clear message to the global community that the Arctic is unravelling, warming twice as fast as the rest of the planet.” Read more here
Geração 'explorer'
22.03.2015
sources: Expresso | Internacional
Financial Times | Science & Environment