Tuesday, October 22, 2019

Micropláticos detectados em Pinguins na Antáctida !






Pinguins na Antárctida
Colony of Gentoo penguins in the Antarctic 
créditos: © Paul Hilton/ Greenpeace


A poluição por microplásticos já chegou à Antárctida, de acordo com um estudo da Universidade de Coimbra (UC) publicado no dia 2 de Outubro na revista Scientific Reports, do grupo Nature.

Uma equipa de investigadores do Centro de Ciências do Mar e do Ambiente (MARE) da Faculdade de Ciências e Tecnologia da UC (FCTUC) “encontrou, pela primeira vez, microplásticos em pinguins da Antártida, confirmando que este tipo de poluição já entrou na cadeia alimentar marinha”.





Pinguim na Antárctida
créditos: © UC | José Xavier
via Observador/ Antarctida


“Ao analisarem a dieta de pinguins gentoo Pygocelis papua em duas regiões da Antárctida, os investigadores observaram que 20% das 80 amostras de fezes das aves continham microplásticos”

FCTUC, nota enviada à Lusa

As partículas de plástico, com comprimento inferior a cinco milímetros, têm “diversas tipologias, formas e cores, o que indica uma grande variedade de possíveis fontes destes microplásticos”,

José Xavier


A poluição marinha por plásticos é reconhecidamente uma ameaça aos oceanos em todo o mundo, mas só recentemente tem havido um aumento do esforço científico sobre microplásticos”, sublinha a FCTUC.


Para Filipa Bessa, co-autora do artigo, “é alarmante que microplásticos já tenham chegado à Antárctida". Este estudo é “o primeiro a registar microplásticos em pinguins e na cadeia alimentar marinha Antárctica”, 
Filipa Bessa, investigadora, FCTUC



credits: Microplastics in gentoo penguins from the Antarctic region
Scientific Reports, article, 2 October 2019
https://www.nature.com/articles/
“A variedade de microplásticos encontrados nos pinguins poderá indicar diferentes fontes de poluição, indiciando uma difícil solução para este problema”, sublimha ainda Filipa Bessa.
José Xavier, autor sénior do artigo, que “este estudo vem na altura certa, pois os microplásticos podem causar efeitos tóxicos nos animais marinhos e nada se sabe sobre o que eles poderão provocar nos animais da região Antárctica”.
“Esta descoberta é de muita importância para desenvolver novas medidas para reduzir a poluição na Antárctida, particularmente relacionada com plásticos, podendo servir de exemplo para outras regiões do mundo”.
José Xavier, docente investigador Departamento de Ciências da Vida da FCTUC


Penguins gentoo Pygocelis papua
credits: © UC | José Xavier
http://noticias.uc.pt/
A group of researchers from the Portuguese University of Coimbra (UC) first detected microplastic remains in the food chain of penguins that inhabit Antarctica, a finding that experts have described as “alarming.”


The fieldwork, published in the journal Scientific Reports, reveals that at least 20 percent of the feces samples of penguins analyzed had microplastic remains, with particles less than 5 millimeters in volume.
“The material was of different types and colors, so there is a wide variety of possible sources of these microplastics,” reads the statement issued by the Portuguese university.



Map of location of the sampling islands 
(Bird Island and Signy Island) in the Scotia Sea


“It is alarming that microplastics have already reached Antarctica and our study is the first to register them in the marine food chain,” 
Filipa Bessa, lead author of the article
The researcher stressed the complexity of the problem, due, among other factors, to the existence of “different sources of contamination” from which the microplastics come.
José Xavier, another of the specialists who have intervened in the investigation, warned of the importance of this work, since "microplastics can cause toxic effects in marine animals and it is not yet known what they can cause in animals throughout the region”. Read the full article here

Geração 'explorer'

22.10.2019


Licença Creative Commons

sources: Notícias UC/ Nature.com/ 

Saturday, October 12, 2019

Dia Mundial das Aves Migratórias : Proteja os Pássaros Marinhos !







Dia Mundial das Aves Migratórias

Celebra-se hoje, dia 12 Outubro, o Dia Mundial das Aves MigratóriasEstima-se que todos anos, 8 milhões de toneladas de resíduos plásticos entrem nos oceanos. Segundo Programa da ONU para o Meio Ambiente, Pnuma, cerca de 90% das aves marinhas têm plástico nos seus organismos.

Tema 2019:

"Proteja os pássaros: seja a solução para a poluição plástica." 


A data, promove uma campanha anual que destaca a necessidade de conservação das aves migratórias e de seus habitats.
Anualmente, pessoas de todo o mundo organizam eventos públicos, como festivais de pássaros, programas educacionais, exposições e excursões de observação para aumentar a consciencialização global sobre as ameaças enfrentadas pelas aves migratórias, sua importância ecológica e a necessidade de cooperação internacional para conservá-las.






Pássaros:

Flutuando na superfície da água, cobertos de algas, plásticos descartáveis - sacos, canudos e garrafas podem ser facilmente confundidos com presas, tanto pela forma como pelo cheiro. 
De acordo com o Programa da ONU para o Meio Ambiente, Pnuma, cerca de 90 % das aves marinhas têm plástico nos seus organismos.
A agência da ONU diz que pássaros mortos com estômagos cheios de plástico, enredados e sufocados por anéis e redes de plástico são consequências muito reais do impacto que o plástico causa a essas aves e outros animais silvestres. 
O relatório Estado das Aves do Mundo de 2018, aponta que uma em cada oito espécies de aves, 13% das espécies existentes, está ameaçada de extinção. 
Além da poluição plástica, as aves migratórias enfrentam outros desafios, sendo a agricultura, a extracção de madeira e as espécies invasivas as mais importantes.





A European white stork trapped in a plastic bag
 Photo: John Cancalosi

Plástico:

Com uma produção anual de mais de 300 milhões de toneladas, o plástico é um dos materiais mais utilizados no mundo. Leves e projectados para durar, eles são facilmente transportados para os ecossistemas, causando sérias ameaças às espécies migratórias.
Estima-se que todos anos, 8 milhões de toneladas de resíduos plásticos entrem nos oceanos do mundo.

O que fazer para combater a poluição plásticos?

  • Reduza, reutilize e recicle: limite o uso de materiais plásticos e substitua-os por alternativas ecológicas, use e descarte os plásticos de maneira sustentável;
  • Limpeza: participe de actividades de limpeza em sua área, seja nas praias ou ao longo dos rios;
  • Divulgação: apoie acções locais e globais contra o uso excessivo e desnecessário e o descarte prejudicial de plástico.

Este ano, houve 70 países envolvidos entre os quais Portugal com 5 eventos registados. 

Ao todo, houve 710 eventos registados nos 74 países envolvidos.







World Migratory Bird Day

Today, 12 October is World Migratory Bird DayWaste and pollution are harmful to many World Heritage sites. Increased tourism means that more people are leaving trash at the world’s most iconic places. 

Every year, World Migratory Bird Day presents an annual theme aiming to raise awareness of issues affecting migratory birds and to inspire people and organizations around the world to take measures for their conservation. 

Theme 2019: 

"Protect Birds: Be the Solution to Plastic Pollution."
World Heritage sites are key stopover sites for birds, so the effective conservation of these sites is crucial for migratory bird conservation on a global scale. We therefore need to learn to visit sites without leaving a trace behind.



Marine pollution in particular, is also a problem at many World Heritage sites, where waste such as plastics wash up on beaches. 


Birds, turtles and marine mammals get entangled in marine litter or mistake it for food, leading to high mortality rates.





Threats 


Several World Heritage sites which are flyways for migratory birds have created clean-up and awareness programmes, which serve as a model for solving plastic pollution in protected areas around the world.


Cleaning up is just a start. We also need to recycle and not put waste in our irreplaceable World Heritage sites. The future of migratory birds depends on it. Read more here





This year, there is  70 countries involved and Portugal os one of them with 5 events registered. 

Total, 710 events registered in the 74 countries  envolved.

Resources:

Schools can find material to support lessons here: flyers; quiz; videos.


Geração 'explorer'

12.10.2019


Creative Commons License

sources: UN/ UNESCO-WHC/ WMBD

Wednesday, October 2, 2019

D28 : Icebergue monumental separou-se da Antárctida !






creditos: Copernicus EU/ @StefLhermitte


O problema das alterações climáticas e do impacto que parece estar a ter no planeta Terra é um problema real.
Mas, no meio deste processo há outros, naturais e cíclicos, a acontecer. E o desprendimento de icebergues é, garantem os cientistas, um deles.
A plataforma de gelo Amery, localizada na na Antártida, acaba de produzir seu maior iceberg em mais de 50 anos.
O bloco tem uma área de 1.636 km². Um pouco maior do que a cidade de São Paulo. Foi baptizado de D28.
Com 315 mil milhões de toneladas de gelo, é o maior bloco a separar-se em 50 anos. No entanto, é um processo natural.
No passado dia 26 de Setembro, um monumental icebergue separou-se da plataforma de gelo conhecida como Amery, no leste da Antárctida. 




O icebergue que se deslocou, oficialmente chamado de D28, tem 1582 quilómetros quadrados de tamanho: mais do que Sidney (Austrália), São Paulo (Brasil), ou a área metropolitana de Londres (Reino Unido). Cinco vezes mais do que a ilha de Malta, em dimensão.
Apesar da separação, a maior em 50 anos, ter ocorrido na passada semana, só foi divulgada esta segunda-feira, 30 de Setembro, pelo programa de Observação da Terra da União Europeia, que funciona em pareceria com a Agência Espacial Europeia.
Assim que começa a deslocar-se, um icebergue com esta dimensão passa a ser monitorizado, pois no futuro pode tornar-se um risco para a navegação marítima. A Amery não produzia um icebergue tão grande desde a década de 60.
Amery é a terceira maior plataforma de gelo da Antártida e um importante canal de escoamento para o leste do continente.


créditos: NASA
Este é um segmento da Amery que ficou carinhosamente conhecido como "Dente Mole", devido à sua semelhança em imagens de satélite com a dentição de uma criança. Ambas as áreas de gelo tinham o mesmo sistema de fendas.
Mas, embora pendente, o "Dente Mole" ainda continua preso. O D28 é que foi "extraído".
"É um molar quando comparado a um dente de leite"
Prof Helen Fricker, Scripps Institution of Oceanography, via BBC
Fricker havia previsto em 2002 que o "Dente Mole" se descolaria em algum momento entre 2010 e 2015.
"Estou empolgada em ver esse evento após todos esses anos. Sabíamos que isso aconteceria eventualmente, mas, para ficarmos mais espertos, não aconteceu exactamente quando esperávamos"



Amery

Entretanto, a Divisão Australiana da Antártida vai observar a Amery de perto para ver como ela reage. Os cientistas da divisão têm instrumentos na região.
Mas, os cientistas não acreditam que este acontecimento esteja ligado às alterações climáticas, sendo parte normal do ciclo de vida das plataformas de gelo a cada 60 ou 70 anos. 
O último grande icebergue a soltar da plataforma Amery, em 1963 ou 1964, tinha 9000 quilómetros quadrados.
D-28 é menor do que o icebergue que se desprendeu da plataforma Larson C, em 2017.


credits: via BBC
The Amery Ice Shelf in Antarctica has just produced its biggest iceberg in more than 50 years.
The calved block covers 1,636 sq km in area - a little smaller than Scotland's Isle of Skye - and is called D28.
The scale of the berg means it will have to be monitored and tracked because it could in future pose a hazard to shipping.
Not since the early 1960s has Amery calved a bigger iceberg. That was a whopping 9,000 sq km in area.



credits: ESA
via Euronews
Amery is the third largest ice shelf in Antarctica, and is a key drainage channel for the east of the continent.
The shelf is essentially the floating extension of a number of glaciers that flow off the land into the sea. Losing bergs to the ocean is how these ice streams maintain equilibrium, balancing the input of snow upstream.
So, scientists knew this calving event was coming. What's interesting is that much attention in the area had actually been focused just to the east of the section that's now broken away.



Animação D28
CC BY-SA IGO 3.0
This is a segment of Amery that has affectionately become known as "Loose Tooth" because of its resemblance in satellite images to the dentition of a small child. Both ice areas had shared the same rift system.
"It is the molar compared to a baby tooth," Prof Helen Fricker from the Scripps Institution of Oceanography told BBC News.
Prof Fricker had predicted back in 2002 that Loose Tooth would come off sometime between 2010 and 2015.
"I am excited to see this calving event after all these years. We knew it would happen eventually, but just to keep us all on our toes, it is not exactly where we expected it to be,"
Prof Fricker
D-28 is smaller than the iceberg that broke away from the Larson C ice shelf in 2017, but it could stay in one piece for many months before it drifts farther north and starts to melt in warmer waters. Read more here 

Geração "explorer"
02.10.2019
Licença Creative Commons