Agora os poluentes químicos que são mais uma ameaça para a vida dos ursos polares. Isto, como é sabido, para além do aquecimento global.
Esta a conclusão de um estudo divulgado, no passado dia 5 Fevereiro 2017. O estudo sintetiza 40 anos de trabalho de investigação, publicado na revista científica Environmental Toxicology and Chemistry.
Segundo esse estudo, estes poluentes representam um risco para a saúde dos ursos cem vezes superior ao limite considerado aceitável para os animais adultos.
Nas crias, sujeitas aos químicos através do leite materno, o risco é mil vezes superior.
"Trata-se do primeiro estudo que visa quantificar o risco que os poluentes orgânicos persistentes representam para ecossistema árctico”.
Sara Villa, toxicóloga da Universidade de Milano-Bicocca, Itália/ AFP
Os cientistas sintetizaram quarenta anos de trabalho sobre a exposição dos ursos polares a químicos, das focas e do bacalhau, numa área entre as ilhas Svalbard (Noruega) e o estado do Alasca (EUA), ambos banhados pelo Oceano Árctico.
Weddell seals
credits: Timothy New
Usados na agricultura e na indústria, os poluentes orgânicos persistentes, como os pesticidas, mantêm-se durante décadas na Natureza, contaminando por isso a cadeia alimentar. Passam, por exemplo, do plâncton (organismos microscópicos que fluctuam no mar) aos peixes, depois às focas e, por fim, aos ursos.
Ao acumularem-se no organismo, até atingirem doses muito tóxicas, os químicos podem afectar os sistemas imunitário, reprodutivo e endócrino.
Vestígios de policlorobifenilos (PCB), um dos poluentes orgânicos persistentes, cujo uso está proibido desde a década de 70, foram detectados nos ursos polares, de acordo com a investigação.
Segundo as estimativas, apontam para que, em 2050, a população de ursos polares, já ameaçada pelo degelo decorrente das alterações climáticas, diminua um terço.
No Árctico, o aquecimento global poderá gerar verões sem gelo dentro de 20 anos, vaticinam os cientistas.
As sea ice near the North Pole melts, polar bears already face the threat of disappearing habitat. Now a study shows they face another: Arctic pollution.
A new analysis by researchers from the University of Milano Bicocca and Masaryk University found that persistent organic pollutants pose a much higher risk to polar bears than to other Arctic predators.
“Persistent organic pollutants (POPs) are chemicals that remain intact in the environment for long periods, travel long distances, accumulate in living organisms, and are toxic to humans and wildlife,” the researchers wrote in their analysis.
(...)
The analysis looked at studies over the past several years on both Arctic pollution and on the three specific animal species.
Weddell seal pup
credits: Ewan Curtis
The researchers found that the pollutants pose only a low risk for seals. For polar bears, though, the risk is two orders of magnitude higher than the safety threshold. For polar bear cubs being fed with contaminated milk, the risk is three orders of magnitude higher.
For the fish, there was not enough data from all years to give a complete picture.
“The present study indicates a very high potential for toxic effects at least at the top levels of the Arctic food web, particularly for a top predator such as the polar bear and for its offspring,” the researchers wrote.Read more here
Geração 'explorer'
16.01.2017
Rerences:
Observador/ Ciência
Earth Your World / Wiley Online Library
Observador/ Ciência
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